domingo, 9 de outubro de 2011

Frio

Perder o seu tempo com todas as coisas do mundo pra tentar tirar uma única da cabeça.
Perceber que nem esse tempo é capaz de apagar ou amenizar nenhuma ferida, nenhuma.
Ás vezes dói menos, ás vezes parece simples se destrair com um copo na mão...
Quando nem o pôr do sol, nem o sorriso de uma criança te fazem lacrimejar por estar feliz.
Tudo vai mal, até que algo acontece e muda toda a sua vida (de uma forma figurada), como um conto de fadas, sem fadas nem final feliz. E onde fica o final? Ninguém quer saber..
Perdas, perdas, ganhos, perdas. Se mover dói tanto quanto reclamar de braços cruzados.
Por mais quente que possa estar, os dedos e boca ficam congelados pelo frio que sente por dentro. Um agasalho chamado amor. Seja pela vida, por um copo na mão, por um sorriso específico, por respirar e seguir em frente.. Mas faz tanto frio.
Foca o olhar pela janela, vê que tudo em volta continua caminhando em uma velocidade ás vezes assustadora, enquanto do lado de dentro está parado, mofado e confortável.
Olha pra dentro de si, de coração e olhos fechados. O final se parece com o começo. Sem final.
Nem triste, nem feliz.. é só o final. Frio e confortável como o lado de dentro.

3 comentários:

Rafão Araujo disse...

Estou num momento tão complicado na parte sentimental Gabi, que tenho dificuldades até pra ler esse texto.

Texto maravilhoso!

kati. martins disse...

sem querer parecer donas dos clichês, me parece que você foi, é e infelizmente ou felizmente será sempre :complicada e perfeitinha! vai desculpando o clichê de quinta!
nem precisa dizer que o texto está lindíssimo

Anônimo disse...

o bom da vida, é que ela nos trás muitas surpresas....